sábado, 7 de março de 2009

A verdadeira história do Capuchinho Vermelho

Chamava-se Maria Carlota Albuquerque Mascarenhas Capello Rosso e fazia parte de uma das famílias mais ricas e poderosas do seu país. Desde a infância e até ao liceu andou sempre nos melhores colégios religiosos que havia para frequentar: desde os Maristas, passando pelos Salezianos, pelo Sagrado Coração de Maria e até aos Jesuítas.

A Maria Carlota era uma miúda tradicional, católica, monárquica. Adorava fados, touros, e fazia parte da acção social da universidade que estava a frequentar - obviamente uma universidade Católica!

Na universidade onde andava a Carlota andava um rapaz, o Afonso Maria Vasconcelos Cunha e Sá de Villalobos, a quem todos tratavam por Lobo Mau por ser um gajo rebelde, rufia, que tinha sido expulso de todos os colégios e acabara por entrar na universidade Católica por ser também proveniente de famílias poderosas e com bastante influência.

O Lobo Mau tinha a fama - e algum proveito - de "desencaminhar" as meninas mais finas e mais selectas da sociedade daquele país. Havia naquela universidade pelo menos umas 3 ou 4 meninas que foram "desencaminhadas" pelo Lobo Mau e que eram agora olhadas com algum desdém pelas invejosas que se pelavam por um pouco de aventura com aquele personagem.

Mas o Lobo Mau já tinha escolhido a sua próxima vítima: a Maria Carlota. Com o seu 1,50 de altura, os seus 48 kg, o seu cabelo comprido bem ruivo e o seu ar virginal, era mesmo o tipo do Lobo. Por seu lado, a Maria Carlota não queria saber do rapaz para nada. Era uma miúda inteligente e até algo arrogante, que não deixava aproximar-se de si qualquer pé rapado, por muito influente que fosse a proveniência. O Lobo Mau era persona non grata na família de qualquer menina de bem, incluindo na da Maria Carlota.

Às 4ªs feiras a Maria Carlota tinha por hábito ir visitar a avó ao lar de terceira idade para velhotas ricas que havia numa zona um pouco remota da cidade onde estudava. E nesses dias, contrariamente ao que acontecia normalmente, a Maria Carlota não ia visitar a avó ao volante do seu Audi A3, mas sim no transporte público. O Lobo Mau topou os hábitos da miúda e começou a segui-la sem ela dar por isso.

Certa vez a Maria Carlota chega ao lar, entra no quarto da avó, mas esta não estava. Procurou na sala de jantar, na sala da televisão, no jardim... e de repente depara com o Lobo Mau a oferecer pastelinhos de Belém à avózinha e a declarar-se completamente apaixonado pela neta.

"Ahhh... meu grande estúpido! A avózinha tem Alzheimer! Ela sabe lá quem tu és! Sabe lá que tem neta! Sai daí! Deixa a minha avó em paz!"

O Lobo Mau levanta-se, olha para ela, dirige-se para ela fixando o seu olhar no dela, aproxima-se, abraça-a, dá-lhe um linguadão de se lhe tirar o chapéu e diz-lhe: "minha ruiva linda, meu capuchinho vermelho, para que queres tu o príncipe? aqui o Lobo Mau vê-te melhor, ouve-te melhor e se te portares bem... ainda de come!"

A Maria Carlota não resistiu! Fechou-se no quarto da avó com o Lobo Mau e, ali mesmo, na cama de grades da avózinha, foi "desencaminhada" a tarde toda pelo Lobo Mau que ao fim do dia já pedia clemência e algum descanso!

---------------------
Posfácio:
- Uma vez que não utilizaram qualquer protecção, a Maria Carlota ficou de esperanças. Sendo católica, não abortou. Sendo de boas famílias, não ficou mãe solteira. Casou com o Lobo Mau, de quem se veio a divorciar uns anos mais tarde, porque se apaixonou loucamente por estrangeiro chamadao Chareck.

12 comentários:

Ana disse...

Ahahahahah!
Gosto muito mais da tua versão:)
Beijo

Fada disse...

LOLOLOL

Muito, muito fixe!!!

E eu vim espreitar a achar que era o filme animado, com o mesmo título, que também é muito fixe, porque começa onde a história normalmente acaba... Viste?

Beijitos e bom sábado!

Unknown disse...

Eheheheheh! E tb gostei da tag :)

Lady Oh my Dog! disse...

hahahahaaa!
o posfácio é a cereja em cima do bolo!

cat in a bag disse...

Adorei! Mas esqueceste-te da parte em que o lobo mau também come a avozinha... hihihi

Raquel A. disse...

LOOOL! Ainda me estou a rir... Esta é a versão do capuchinho vermelho do jet 7!

BJS*

S* disse...

Ui, esta versão é mais hardcore. Bem mais gira!

Cem disse...

ainda bem que me fizeste descobrir a verdadeira versão

fenomenal!!

;)

Feitiozinho disse...

Muito bom! se bem que acho que não posso contar essa versão aos batraquios aqui de casa :P já sou vista como ovelha negra, vou deixar esta versão para a malta mais grauda:P

L. K. disse...

Cá vim cuscar e rir a bom rir..ehehhehehhe

Excelente conto e uma versão actualizada merecendo divulgação pela lição moral que acarreta:

Afinal até nas boas familias se gosta de um cabrão com classe ;)

Anónimo disse...

Ana,
Já sabes que vou fundo das verdades =)

Fada,
Por acaso não conheço esse desenho animado. Depois mandas-mo?

Diogo,
Pois, a Tag também encerra a sua história! eheheh

Lady Oh my Dog!
Tem de haver sempre um posfácio digno de nota =) O "foram felizes para sempre" não consta das histórias verdadeiras.

cat in a bag:
Não... a história é que meteu essa parte para despistar. A avó é que comeu. Comeu os pastelinhos de Belém!

Miss Kitty,
Estas histórias acontecem sempre nas altas esferas. Se fosse no povo não transpareciam cá pra fora eheheh

Sanxeri,
As verdadeiras histórias têm sempre muito hardcore =p)

Feitiozinho,
Há que ter sempre a versão alternativa para a criançada!

Lizard King,
Ora nem mais! No melhor pano cai a nódoa e por aí a fora =))

Paulo disse...

lá está!eu sabia que no fundo toda a mulher suspira pelo príncipe encantado, mas no fundo no fundo, sonha ser comida pelo lobo mau...