sábado, 29 de agosto de 2009

Prosas bárbaras

Fechara mais um capítulo. Outro desamor para preencher mais um diário de lamentações. Outro desamor para mais umas garrafas de vodka e muitos maços de tabaco, consumidos por muitas noites dentro, entre lágrimas e auto-mutilações da alma.

Era neste estado de espírito que se dedicava à leitura de romances de amor, histórias cor-de-rosa ou cor-de-laranja, como os pôres-do-sol onde fervem beijos e carícias à beira mar ou à varanda de um hotel voltado a sul.

E numa dessas incursões pela literatura romântica - mas não de cordel - encontrou a sua história. Alguém se lembrara de imaginar uma história igual à sua, até ao mais ínfimo detalhe, até à última lágrima, ao último lamento. Lembrou-se de uma canção já antiga... Também ela se sentia a morrer aos poucos, a cada sílaba, a cada palavra, a cada frase... mas nem por isso deixava de ler.

E chegou à palavra temida... soletrou-a baixinho... três letras e de repente o nada.. a eternidade... FIM... depois disto só uma contracapa a anunciar o próximo romance.


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Gripe A: estou aqui!

Depois de uns dias a marinar em sono brando, cá estou eu a querer atrasar o relógio para ter mais uma semana de relenguice bem temperada com sol, livros e gatos aos pés.

A preguiça tomou a minha força de vontade de assalto, amarrou-a, amordaçou-a, sedou-a e agora estamos aqui as duas, deitadas no sofá, de portátil ao colo, a escrever parvoíces no blogue.

Ainda pensei em mais um conto infantil desmistificado, mas a imaginação também foi passear, antes que a preguiça a atacasse qual gripe A.

Confesso que ainda estou à espera que chegue tal gripe, para eu poder gozar mais uns dias de descanso. Dores no corpo, febre e vómitos é um preço muito baixo a pagar por uns dias mais da mais pura e descarada calanzice!

Podia agora desenvolver o tema da gripe, dizer mais umas quantas parvoíces, mas confesso que nem isso consigo. Tal é o meu cansaço!

Sim... é que isto tudo é para dizer que estou cansada como no primeiro dia de férias, estou a dar o berro desde Julho e só consegui desligar-me do mundo, mandar o trabalho à realíssima merda e ser 100% dona do meu tempo apenas durante 1 semana. UMA SÓ!

QUERO MAIS!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Um anúncio, um sonho


Já viram com certeza o anúncio publicitário à Corega, o fixador de placas dentárias.
Viram a senhora dizer que se sente mais confiante, que até já canta - algo que evitava fazer, pois receava que a placa "desabasse", como ela própria diz nesse dito anúncio.

Eu acho o anúncio imbecil, mas ao mesmo tempo faz-me rir porque me fez recordar um sonho estranhíssimo que tive há anos e que envolvia precisamente essa situação embaraçosa.

Ainda hoje o consigo descrever com alguma minúcia e, se me permitem, antes de vos contar o sonho propriamente dito, terei de vos contextualizar para perceberem porque tive tal sonho.

Na minha adolescência comecei a cantar no coro cá da terra. Mais tarde, juntei-me ao coro da minha universidade.
No primeiro coro onde andei as pessoas que o compunham eram das mais variadas faixas etárias, desde adolescentes com 16 anos até pessoas já sexagenárias.
Como acontece com muitos coros, nós tínhamos concertos em várias igrejas e encontros com outros coros.

Eis então o cenário deste meu sonho, que eu juro que tive:

Eis-me numa igreja, fardada com o traje do coro, sentada no público, porque íamos assistir à actuação de outro coro, já depois de termos actuado.
O coro entra, as pessoas posicionam-se, abrem as pastas, o maestro levanta os braços, dá o tom, dá o sinal.
Eu reparo que o coro é composto por senhoras de alguma idade.
O coro começa a cantar e na primeira nota a placa da senhora que está mesmo à frente salta-lhe da boca e vai parar ao pé do público.

No sonho eu desfaço-me a rir e confesso que acordei a rir à gargalhada e ainda hoje, quando me lembro deste sonho, rio-me. A imagem da placa a saltar da boca da senhora para o público é pura e simplesmente hilariante.

Assim... obrigada Corega, por me fazeres lembrar do sonho mais hilariante que alguma vez tive!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Férias

Se as minhas finanças permitissem, eu iria passar uma semana num sítio destes. Era chegar e pôr-me logo de papo para o ar até ao dia da partida.




Assim, como acontece todos os anos vou para Aljezur, e passarei muitas horas a dormir, a ler e farei praia aqui:

(Praia da Amoreira)

Podia ser pior. Podia ter de ir para a Caparica!

Neste momento só anseio pelas minhas curtas mas merecidas e necessárias férias! Está quase!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Embirração da Passaroca e desabafo em forma de Open Hate Mail

Eu embirro, porque embirro, e embirro mesmo solenemente com o diabo dos "avecs" que vêm para cá armados em cágados a falar o franciú.

Até parece que são alguma coisa de especial por virem para cá de férias a falar o francês... é que até parece!

Toda a gente sabe que estão emigrados, toda a gente sabe que a vida lá lhes corre super bem (pois.... a alguns não tão bem como querem fazer crer...), mas em vez de se armarem em mete nojo e estarem a falar o ferancês, deviam falar o português e fazer os pirralhos falarem também o português.

A malta que vem para cá, não deixa de falar a língua materna e ainda aprende a nossa. Os nossos emigrantes desaprendem a nossa, não a transmitem aos filhos e sinceramente, acho uma vergonha!

E depois admiram-se que nós lhes chamemos "avecs", "vacances" e outras merdas...

E quando me vêm com a lenga-lenga de que "Na França é que é melhor" a vontade que me dá é dizer-lhes "E por que não ficam lá de férias, hein? Por que não vão empestar as praias da côte d'Azur?"
Ah pois é... aqui é melhor para armar ao pingarelho e repor os níveis de ego e algum amor próprio à custa da presumida ignorância do indígena que por acaso até fala o francês e o inglês e até o alemão e fica a sentir por vocês o mesmo desprezo que os franceses e os alemães...

Vão mas é todos pró c@r@lhinh*!

A Passaroca distraída...


Quando um computador fica com o disco rígido todo confuso, a malta manda formatá-lo e volta tudo a ser o que era dantes, tirando um ou outro detalhe com pouca importância...

Mas o que fazer quando o nosso cérebro começa a entrar em curto circuito?!

Vejam bem como isto anda... tenho uma reunião marcada para dia 6. Marquei-a para esse dia porque pelas minhas contas não podia no dia 5, pois já tinha um compromisso e para não adiar mais, marquei-a para dia 6. Só que no meu cérebro confuso dia 6 seria 3ª feira, apesar de dia 5 ser na 4ª feira. Claro que hoje chego ao local da reunião e o cliente não estava e o funcionário ficou muito espantado quando lhe disse que tinha reunião marcada para hoje "dia 6"!!! O rapaz olhou para mim com o ar mais estúpido do mundo - talvez para ficar a condizer com a minha figura - e disse "mas hoje é dia 4...". Se alguém alguma vez sentiu vontade de ser toupeira e escavar um buraquinho até ao Samouco, esse alguém, hoje, fui eu!!!

Só de escrever este post já fico confusa com a confusão que fiz com a minha agenda!!!

Por causa deste pequeno quid pro quo achei por bem não me meter em mais sarilhos por hoje e fui ao cinema. Lá fui eu ver o filme sobre a Chanel. Aqui no Algarve os cinemas fazem intervalo nos filmes e por acaso hoje calhou bem porque precisava de ir à casinha de banho. Saio da sala de cinema e dirijo-me à casa de banho. Só que.... distraída... sigo em frente e entro numa casa de banho enorme, toda azul e cheia de urinóis!!!!
Marcha atrás, e lá entro na das senhoras.... desejando que ninguém me tivesse visto!!!!

Mais tarde - muito mais tarde - fui levantar dinheiro ao multibanco. Introduzi o cartão, introduzi o código, cliquei no montante que queria levantar, retirei o cartão e..... ouço uma voz do senhor que foi ao multibanco a seguir a mim "olhe... já agora leve o dinheiro!"...

Como vêem, preciso de formatar o disco e reinstalar o sistema operativo, se possível com algumas actualizações, anti-vírus potente e firewall à prova de bala!!!

HELP!