segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Há coisas piores que ver o benfica ganhar o campeonato


Quanto tempo passou desde a última gargalhada?

Felizmente, menos de 24 horas. Apesar dos pesares, e porque não se ganha nada a verter lágrimas de tristeza ou de raiva, mais vale dizer uma piada estúpida e rir.

Ontem, ao ver na televisão a algazarra na sede do PS, virei-me para o meu pai, que é benfiquista, e disse-lhe: "Isto é pior que ver o benfica ganhar o campeonato...!".

Foi o que me ocorreu dizer, do fundo da minha alma portista e politicamente esmorecida...


Adiante...!


sábado, 26 de setembro de 2009

Esta vida de político (parte II)...

Hoje é a véspera de um dia importante para mim. Qual será o resultado do meu árduo trabalho de semanas? O que tenho dito ou feito durante quatro anos não tem importância. As pessoas esquecem. Do que se lembram é do que disse e fiz nas últimas semanas em que andei de terra em terra a "vender o meu peixe".

Vou a um café pequeno, quase deserto. Não quero que me vejam. Não hoje. Também eu preciso de reflectir um pouco. Mas não quero estar em casa a ler sondagens, a ter de falar com o pessoal do partido, com o pessoal da campanha. A campanha acabou nas ruas, mas não acaba na sede, em minha casa, na minha cabeça. Pedi um café e uma água com gás. Queria fumar um cigarro, mas não posso. Estou dentro do café e mesmo havendo um ou outro cliente habitual que puxa do cigarro, eu não o posso fazer. Sou político e tenho de respeitar as regras. E, no entanto, matava para poder fumar um cigarro agora...

Estou sentado num canto discreto do café e ouço a conversa dos fregueses. Falam das eleições. Não falam em quem vão votar. Falam em quem não vão votar. É assustador ouvi-los a pensar alto e a expor a sua lógica. É assustador porque no final das contas, a campanha só serviu para lhes tirar as dúvidas de que isto não passa de um jogo já viciado. Dizem que não estão a escolher livremente coisa nenhuma. Estão, isso sim, a escolher entre aquilo que os partidos lhes dão a escolher. Dizem, entre uma passa no cigarro e um gole de bagaço, que andam todos ao mesmo, que já ninguém salva o país, que vai tudo ficar na mesma, que as leis são feitas para os corruptos, que só consegue emprego quem tem cunhas, que daqui a uns anos não há reformas para ninguém....

Sinto-me como se tivesse levado uma tareia monumental depois de tudo o que ouvi. Andei eu a beijar e a cumprimentar velhotas desdentadas e homens rudes... andei eu a ser apupado nas ruas por alguns bêbados... andei eu a dançar, a beber, a comer, a discursar até ficar sem voz.... andei eu a ser gozado em tudo quanto é programa de humor... para no fim todo o meu esforço se resumir a nada. Estou dependente do voto de gente que não tem qualquer ilusão sobre o que está por trás de tudo isto. Estou dependente da vontade de gente que mal sabe ler e escrever.

Isto é ignóbil!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Tomate pelado...

Ontem fui à minha esteticista fazer aquilo que muitas mulheres fazem pelo menos uma vez por mês: a depilação.
Enquanto estava a ver e a sentir os meus pêlos a serem arrancados com cera, disse sem pensar: "se os homens fizessem ideia do que fazemos para ficarmos bonitas...!". A esteticista olhou para mim e eu olhei para ela e desatámos a rir, porque actualmente há bastantes homens que sabem pelo que nós passamos e ao que parece até passam pior.
É que com aquela conversa lá surgiu a referência a um cliente que vai lá depilar tudo. E quando digo tudo, é mesmo tudo! Até a mim me doeu quando ela descreveu como ficam uns testículos depois da depilação... ouch!

Imaginam a sensação?!....


terça-feira, 22 de setembro de 2009

Esta vida de político...

Hoje vesti um fato mais ou menos informal, uma roupa que me fica bem, mas que não é propriamente de marca. Parece de marca, porque tenho uma imagem a manter. Meti-me num carro com mais pessoal e lá fomos para um mercado. Lá chegados, fomos rodeados de muitas pessoas das quais normalmente não nos aproximamos. Cheiram a sovaquinho, cheiram a falta de banho, cheiram a alcool, têm mau hálito, estão mal vestidas. Mas eu abraço-as, beijo-as, falo com elas, ouço toda aquela algazarra. Depois de todo este penoso prelúdio, lá subi para um pequeno palanque feito de caixotes de legumes já vazios e lá disse o que tinha a dizer. Fiz promessas, falei mal dos meus adversários, disse o que aquele povo quis ouvir. Disse que sou o melhor. Disse que os outros não prestam. Disse que vou dar empregos, que vou dar mais subsídios, que vou acabar com os compadrios, que comigo a vida vai ser melhor. Sou aplaudido, louvado. Saio em ombros. As minhas calças ficam sujas de escamas de peixe. Saí aos ombros de um peixeiro que também cheirava a águardente.

Chego a casa, e ainda na garagem tiro toda a minha roupa. Meto-a num saco do lixo. Peço a um empregado que me dê uma mangueirada porque não tenho coragem para entar na minha casa com este cheiro entranhado e não tenho coragem de conspurcar a minha casa de banho com toda esta sujidade tão impregnada em mim.

Finalmente, meto-me num banho de imersão, com sais e óleos aromáticos. Pus cremes, fiz a barba, comi um jantar frugal e fui ver um filme.

Amanhã espera-me outro dia de humilhação, de imundície, de maus cheiros e populaça ignorante.

Odeio a campanha eleitoral! Odeio esta vida de político!




quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Banalidades...


Há quem pinte os dias de cor de rosa, há quem veja o mundo em tons de azul… Repetimos os nossos tons, os nossos sabores, os nossos timbres. Queremos ser originais quando vestimos uma cor que não é a nossa, para sentirmos que estamos diferentes. Mas somos sempre o mesmo… não mudamos por dentro, apenas nos disfarçamos melhor com pintura e enfeites. Falamos de coisas ditas importantes que, no fundo, não nos interessam minimamente. Vivemos assim, atrás de um sentido, à espera que tudo faça sentido…. Se formos olhar para trás, será que algo faz sentido? Talvez… Ou talvez não. Tudo é vulgar, tudo é normal. Nada nos espanta? Claro que sim! Tudo nos espanta, ainda que tudo se repita, dia após dia, noite após noite. Quem não quer rotinas, vive na procura inesgotável do que é diferente… mas se olhar para o lado, outro já o fez, já o disse, já o escreveu, já o pintou. Tudo o que resta é maravilharmo-nos com as banalidades e trivialidades que compõem os dias... um pássaro a piar ou a depenicar num pedaço de pão, um gato a dormir ou a lamber-se, um cão a olhar para o dono com uma expressão submissa ou a ladrar a quem passa, uma flor que embeleza um jardim ou que morre num ramo bem arranjado.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sonhos


No sábado sonhei que tinha morrido. Normalmente este tipo de sonho é para mim um pesadelo. Já tive sonhos destes em que acordo bastante transtornada. Neste sonho, foi diferente. Sonhei que tinha morrido e que estava no outro lado. Que havia vida após a morte. Uma vida normal. Comia-se, bebia-se, viam-se velhos amigos, familiares. Eu sentia-me genuinamente feliz por já não estar neste mundo, mas sim noutro. Ia falando com as pessoas que ia encontrando e dizendo "não sei por que não morri mais cedo".

Quando acordei, devo admitir que me apeteceu voltar a adormecer. Não fiquem aí a pensar palermices. Só que estando o ambiente tão bom naquele outro lugar, onde já não teria mais preocupações, acordei com vontade de "morrer" durante mais um bocadinho, só para ver até onde é que ia a minha imaginação sobre o que se passa para além da morte.

Eu não tinha reencarnado, não era fantasma nem alma penada. Estava apenas noutra dimensão, a comer petiscos, a conversar com este e com aquele e a pensar que diabos tinha andado a fazer deste lado tanto tempo...

Há sonhos do caraças!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Redes sociais, amigos virtuais e outras coisas que tais

Ultimamente tenho lido na diagonal algumas crónicas que dizem mal das redes sociais (facebook, hi5, twitter, myspace, etc). Nem me lembro dos autores, mas salta à vista que são mais ou menos pseudo-intelectuais a quem alguém disse que eram muito inteligentes e a quem pagam para escrever umas coisitas pseudo-interessantes para o indigena ler e poder citar e passar ele, também, por inteligente.

Confesso que quando apareceram os primeiros convites para o hi5, aquilo não me fazia sentido e rejeitei todos. Depois, um amigo meu lá me convenceu a aderir porque era giro e mais blá blá blá. Aderi e durante um tempo diverti-me com aquilo. Posteriormente passou a ser ponto de contacto com pessoas que não via há muito tempo e que gostei de "rever" depois quase uma década sem saber nada delas. Sem o hi5 talvez nunca viesse a saber mais delas.
Neste momento, porém, devo admitir que o meu perfil no hi5 está por um fio, porque mais não é do que uma montra. Por muitas definições de privacidade que tenha e por muito pouco que digamos sobre nós, é sempre uma montra onde vemos outros exporem-se para além dos limites do razoável. Uma pessoa fica a pensar "que tenho eu a ver com que estejas na fossa ou com dor de corno?!".
No entanto, e repito, o hi5 repôs algumas pessoas na minha vida e foi engraçado revê-las e trocar números de telemóvel e endereços de e-mail. Para isso valeu realmente a pena.

Recentemente, aderi ao twitter e ao facebook. Nestes dois sítios a situação foi diferente. Comecei a "conhecer" bloguistas de blogues que costumo ler e outros que passei a ler. Revelei muito menos do que revelei no hi5 (onde também não revelei grande coisa, diga-se). O facebook e o twitter têm a vantagem da rapidez de "feedback". Sobretudo o twitter. No entanto, para mim o twitter está a perder um pouco o interesse, porque se dantes podia estar à conversa com algumas pessoas engraçadas, agora o que vejo são mensagens quase indecifráveis e "feeds" de blogues. Acaba por não se conversar nada... pelo menos do meu ponto de vista.

Onde me tenho divertido imenso é no facebook. Não tanto pelos jogos de FarmVille e YoVilee e Mafia Wars (sinceramente nem sequer entendo a lógica de tais jogos),mas pelos "quizzes" malucos, pelos comentários que podemos fazer e que nos fazem no mural e pelos momentos de boa disposição que por vezes a troca em tempo real de tais comentários podem trazer.

Tudo visto, para mim as redes sociais são um ponto de encontro engraçado. Não vivo em função delas - mas é por isso que me divirto com elas. E discordo das pessoas que desfazem nas redes sociais, armadas em pseudo-qualquer-coisa como se fossem mais espertas e mais "resolvidas" que as pessoas que gostam de estar nessas redes.

Nos dias de hoje, há espaço para tudo. Há um tempo para tudo. As pessoas conhecem-se através na Internet e - pasme-se! -fazem amizades!

Há que abrir a mente e desmistificar, de uma vez por todas, o fenómeno real e que veio para ficar: as pessoas, além dos seus amigos "reais", têm também amigos "virtuais". E uso aspas porque há amigos "reais" que mais parecem avatares com um nickname e amigos "virtuais" que parecem tão próximos que quase podemos ver os seus estados de alma só pela maneira como escrevem "olá" numa qualquer janela de Instant Menssaging!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Atitudes de gajo


Por vezes dou por mim a ter atitudes de gajo...
Do tipo dizer "claro que sim", quando o que quero dizer é "obviamente que não" e "depois ligo-te", quando quero é dizer "vai esperando...".