sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A verdadeira história da Gata Borralheira ou Cinderella (parte I)

Era uma vez um reino muito distante onde reinava um rei muito bondoso com a sua raínha, também muito bondosa. Uma vez que o rei já se sentia cansado de reinar, tinha chegado a altura do príncipe herdeiro tomar as rédeas para que os papás pudessem ir gozar a reforma para um lugar solarengo e sem preocupações.
Contudo, estes reis tinham um problema com o seu herdeiro... É que o rapaz jogava pela equipa contrária e, portanto, não havia maneira de casar com uma moçoila que assegurasse a perpetuação do sangue real e a sucessão do trono.
Apesar de naquele país os homossexuais já poderem casar, a verdade é que a sucessão do trono não se compadecia com essas questões. Além do que, sendo a Família Real, era o modelo de família do reino e, portanto, o rapagão tinha mesmo de ficar no armário e ter os affaires com os moços das cavalariças e equiparados sem fazer alarde...
Certo dia, o bom rei chegou-se ao pé do filho e disse-lhe:
- Meu filho... isto é assim... tu tens de casar e não há volta a dar. Não tenho mais filhos e eu seja cão se o trono vai parar ao drogado do teu primo ou à putéfia da tua prima! Era só o que faltava eu ficar sem linha de sucessão porque tu gostas mais de meninos do que de meninas! Era o bom e o bonito aí nas festas da realeza! Nem pensar! Tens de casar!
O rapaz, coitado, até ficou com os seus cabelos platinados todos pé! E ainda tentou argumentar:
- Ó papá, mas nem pense! Korrooooreeeee!... Deus me livre de uma coisa dessas, papá! Não me faça uma coisa dessas, pelamordedeussssss!
Mas o rei não desarmou:
- Deixa de ser "drama queen", meu filho! Sê homem e faz como os outros... casas, fazes uns filhos à tua mulher e depois podes andar outra vez com os mancebos das cavalariças e da piscina e ela mete-se com o choffeur ou com outro serviçal e a coisa compõe-se. Mas tens de casar. E tenho dito!

Posto isto, decidiu o rei organizar um baile para o qual seriam convidadas as meninas das melhores famílias do reino.

Uma dessas melhores famílias era a do Visconde Godofredo Valpaços de Albuquerque e Saldanha da Penha de França que era casado em segundas núpcias com uma fedúncia chamada Maria da Má Fortuna e que tinha duas filhas horrorosas chamadas Leidi Daiana e Léticia (sim... LÉticia...). O bom Godofredo tinha uma filha lindíssima chamada Cinderella Maria.
A pobre Cinderella era tratada abaixo de cão pela madrasta e pelas filhas, que a faziam trabalhar nas lides domésticas, apesar de terem criadagem e a quem davam a vestir as maiores porcarias compradas nas lojas de chinês.
Apesar de tudo isto, o Godofredo, que era um bêbedo e um falhado, não fazia nada. Deixava andar... a Maria da Má Fortuna tinha-lhe dado a volta e tinha-o sempre atestado do melhor wiskhey Dimple de 15 anos, para que o velho estivesse sempre completamente aos bordos!

O convite para a festa chegou e foi a maior agitação lá em casa! As moças ficaram todas doidas com a perspectiva de se tornarem princesas e começou a maratona pelas melhores lojas, as melhores cabeleireiras, os melhores maquilhadores...

Enquanto isso, na cozinha, a pobre Cinderella sonhava também em ir ao baile... mas com apenas 100 euros amealhados, era difícil competir com o luxo das manas feias. Que diabos havia de fazer para poder ir também à festa?

(continua amanhã...)

3 comentários:

Valmont disse...

força nisso que isto está a ficar interessante. amanhã cá estarei para assistir ao capítulo II.

Anónimo disse...

OTIMAAAA!!!

Anónimo disse...

nao perca o próximo episódio, porque eu também nao xD