sábado, 29 de agosto de 2009

Prosas bárbaras

Fechara mais um capítulo. Outro desamor para preencher mais um diário de lamentações. Outro desamor para mais umas garrafas de vodka e muitos maços de tabaco, consumidos por muitas noites dentro, entre lágrimas e auto-mutilações da alma.

Era neste estado de espírito que se dedicava à leitura de romances de amor, histórias cor-de-rosa ou cor-de-laranja, como os pôres-do-sol onde fervem beijos e carícias à beira mar ou à varanda de um hotel voltado a sul.

E numa dessas incursões pela literatura romântica - mas não de cordel - encontrou a sua história. Alguém se lembrara de imaginar uma história igual à sua, até ao mais ínfimo detalhe, até à última lágrima, ao último lamento. Lembrou-se de uma canção já antiga... Também ela se sentia a morrer aos poucos, a cada sílaba, a cada palavra, a cada frase... mas nem por isso deixava de ler.

E chegou à palavra temida... soletrou-a baixinho... três letras e de repente o nada.. a eternidade... FIM... depois disto só uma contracapa a anunciar o próximo romance.


2 comentários:

S* disse...

Fim. Mas um fim bem resolvido, ou um fim com muitas pontas soltas?

Eu tem sido fim atrás de fim. Lucky me. :S

Fada disse...

Pior seria um "Continua" ainda por publicar... ;)

Gostei do texto. :)

Beijitos