quarta-feira, 27 de maio de 2009

Portugal, o albergue da Europa

O nosso país é muito acolhedor e gosta que as pessoas que vêm do estrangeiro viver para cá se sintam em casa. Se dantes eram os alemães e os ingleses a terem tudo e mais alguma coisa escrito na sua língua, além dos restaurantes, bares e aetecera... Agora, além de termos já jornais em russo e ucraniano e moldavo e sabe-se lá que mais, além de termos também comida proveniente desses países, além de termos escrito já em caracteres cirílicos que o certificado de registo criminal se obtém no 3.º andar, além de termos a publicidade aos cartões para as cabines telefónicas também dirigidas a essa camada da população, além de tudo isto, temos também canais de televisão russos, búlgaros, chineses, e indianos. Na cidade onde trabalho até já há uma seita religiosa de romenos e tudo.

Sim senhora! Agora o nosso imigrante vem para cá e vai logo subscrever o MEO ou a Netcabo, para poder ver as notícias da santa terrinha, vai poder ir ao super-mercado comprar comidinha da santa terrinha, vai poder ir à papelaria comprar o jornal da santa terrinha, vai poder aderir a um culto religioso...

Ou seja, para se sentir em casa, já só falta começarmos aqui no Algarve a aprender as línguas eslavas e o romeno, e acrescentamos ao inglês de praia, o moldavo de pedreiro, o ucraniano de bar de alterne, o russo de mulher a dias e o romeno de homem do lixo.

E com google, tudo é mais fácil, porque podemos escrever umas merdas para parecermos inteligentes, do estilo:

Здравствуйте, великолепна! - Olá, jeitosa! (russo)

eşti foarte drăguţ! - És muito bonita! (romeno)

давайте любить! - Vamos fazer amor! (ucraniano)

嫁给我! - Casa comigo! [chinês simplificado (como?!)]

मैं गर्भवती हूँ! - Estou grávida! (Hindu)

Como vêem, estamos no bom caminho!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sem carro e com as calças pelos tornozelos

Ontem tive de ir fazer um trabalho de grupo a cerca de 60 km da minha casa. Como uma das colegas trabalha num dos muito centros comerciais deste país, fui ter com ela a esse dito centro comercial e estacionei no parque subterrâneo. Quando fomos para a casa dela, deixámos o meu carro no parque e seguimos no dela. Eu estava convencida de que o trabalho acabaria antes das 0h00 e que mesmo que assim não fosse, me deixariam tirar o carro do parque de estacionamento.

Jantámos com o outro nosso colega, começámos a trabalhar e eu - não sei porquê - levei a noite toda a correr para a casa de banho com umas cólicas horrorosas.

O trabalho acabou tarde. Eram cerca de 1h10 da manhã. O meu colega levou-me até ao centro comercial para eu ir buscar o meu carro. Como é um cavalheiro, foi comigo até aos senhores da Securitas a quem eu me dirigi para pedir que me deixassem ir buscar o meu carro, certa de que não lhes estaria a pedir grande coisa.

Errado! O centro comercial fecha às 0h00 e as pessoas podem ir levantar as viaturas até à 1h00 e depois não há nada p'ra ninguém. Que são ordens superiores. Que podem perder o emprego porque têm câmaras de vigilância e que rebéubéu pardais ao ninho.

Eu insisti, insisti, insisti... disse que não era dali, que vivia a 60 km dali, que precisava do carro porque no outro dia (ou daí a umas horas) teria de ir trabalhar e precisava do meu carro. Bem podia dizer que tinha no carro medicamentos ou outras coisas de que precisava. Que a minha vida dependia de eu ir buscar o meu carro. Nada! Não pode levar!não pode levar! não pode levar!

E pronto... tive de ligar aos meus pais para me virem buscar. Entretanto o meu colega fez-me companhia. Entretanto vai outra cólica daquelas fortes! Ai, ai, ai, ai... vou apanhar ar.... ai, ai, ai, ai... preciso de uma casa de banho!
Pois... lá tive de ir a casa de um colega que mal conheço, quase às 2h00 da manhã, para ir despejar a tripa, porque já estava a mudar de cor!

E foi assim que eu entrei nesta semana: sem carro e com as calças pelos tornozelos na casa de banho de um quase estranho... e não pelos melhores motivos!!!

domingo, 17 de maio de 2009

A Passaroca ganhou prémio!

A querida Majo ofereceu um miminho aqui a este modesto blogue.



Obrigada minha querida!
Beijinho!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A passaroca NÃO se enganou

Acordei com a certeza de que as expectativas criadas ontem para o meu dia de hoje iam ser completamente frustradas. E tinha razão. O dia que tinha planeado para hoje não vai acontecer. Vai ser um dia igual a ontem e a antes de ontem e aos outros dias que estão para trás.

Estou chateada? Não. Já não perco tempo a chatear-me.

Frustrada? Também não. Ao fim de algum tempo deixa de ser frustração.

Então por que estou a escrever sobre isso? Também eu gostava de saber. Mas desconfio que afinal ainda me chateio e ainda fico frustrada quando esta situação em concreto se repete vezes e vezes sem conta.


quarta-feira, 13 de maio de 2009

A passaroca NÃO suporta o 'sovaquinho'

Quando chega o tempinho quente, é altura de reforçar no desodorizante.

Há bocado apareceu aqui no tasco um casal - ele 'tuga', ela 'alemoa' - e a criatura estrangeira parece que ainda não se habituou ao sol português e ainda não aprendeu o princípio supra mencionado. Deixou um pivete tão grande aqui, que tive de acender incenso e dar graças a Deus por eles não terem demorado muito por aqui, pois já estava a ficar roxa com a apneia em que me vi forçada a estar!


terça-feira, 12 de maio de 2009

Passaroca is NOT on Twitter!

O meu twitter decidiu armar-se em estúpido e não quer deixar-me entrar. Já mudei a palavra-passe, já reinstalei o tweetdeck, já me chateei... depois, desisti!

Portanto, enquanto o twitter andar com mau feitio, eu vou passear pelo facebook e blogar um pouco mais e melhor do que tenho feito até aqui.

Por hoje, fico-me pelas queixas relativas ao twitter (coisa importantíssima, eu sei...!). Amanhã ou depois logo vejo para onde vai a bicada seguinte!




(o histats vai estar bonito nos próximos tempos, vai...)

domingo, 10 de maio de 2009

POOOOORTOOOOOOOO! CAMPEÕESSSSS!


E mais nada tenho para dizer de momento! =))

CAMPEÕESSSSSSSS =)))

Fosga-se!


Continuo na maior moleza que imaginar se pode e sem vontade de fazer nada. Na 5ª feira tive uma quebra de tensão tão estúpida que levei esse dia e o seguinte com tonturas como se tivesse bebido uma garrafa de vodka puro assim de penalti.

Começo a ficar farta de estar sempre com merdinhas... estou a começar a ficar farta de não ter nada de jeito para contar, porque levo a semana a trabalhar sem muita vontade para isso e levo o fim de semana a descansar estupidamente da semana estúpida que tive.

Não sei o que se passa, mas começo a passar-me com isto. Estou farta de mim... posso trocar de corpo, se faz favor?

terça-feira, 5 de maio de 2009

Virgindade Sindicalizada

Ontem ia a ouvir rádio e estavam a entrevistar uma menina que tem um clube de virgens. Afirma a menina que quer ser virgem até encontrar aquela pessoa especial que a vai levar a dar o passo importante de perder a virgindade. Deu o primeiro beijo aos 22 anos e afirma que esse beijo lhe abriu as portas do céu. Eu espero que a primeira queca não corra bem demais ou a moça perde a vergonha e de repente vai querer recuperar tempo que considera perdido...


Agora falando a sério...

No tempo das nossas mães a virgindade impunha-se. Menina de bem casava virgem. As coisas eram assim. Depois deixou de ser uma imposição. Contudo, vamos lá a ver se perder a virgindade na adolescência vai passar a ser obrigatório. A vida íntima de cada um é isso mesmo... íntima! Se a menina é virgem ou não, isso é lá com ela. A opção de esperar um pouco mais por aquela pessoa especial não é condenável. Tal como a opção de perder a virgindade com o primeiro que lhe aparece também não me suscita qualquer tipo de juízo de valor. Cada um decide o que quer fazer. Irrita-me que apareçam exigências de conduta ao nível do que é mais íntimo e pessoal. É que depois dá nestas coisas.... um blogue que é um clube de virgens que por opção ou falta de oportunidade continuam intocadas lá naquele sítio e que parece que fazem disso uma grande façanha.

A façanha maior vai ser não cair na canção do primeiro bandido "caça-virgens" que aparecer aí com a conversa que estas meninas querem ouvir...

(Fotografia de Ben Goossens)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Um (não muito) breve apanhado

Nos últimos dias tenho andado muito arredada do meu blogue e dos blogues dos outros. Não tenho desculpas. Apenas tenho tido preguiça. Acontece aos melhores e as Passarocas não estão imunes.

O mês de Abril foi um mês um pouco complicadito. Começou pela extracção de um dente do siso que me levou a andar a antibiótico e analgésico durante uma semana e mais uns trocos. Depois veio uma alergia aos pólens e poeiras que andam aí no ar (e que ainda não me largou completamente). Ou seja, em termos de saúde, foi um mês estúpido!
O mês de Maio (dia 1, precisamente) começou com uma cabeçada na porta do elevador que me fez pensar que tinha ficado com a cabeça achatada ou deixado uma mossa no raio da porta. Sem querer brincar com coisas sérias, pensei logo na Miranda Richardson, bolas! Imaginei-me notícia da terriola "vejam bem... uma cabeçada na porta do elevador e olha..."! (Bate na madeira três vezes, diz "lagarto, lagarto, lagarto" e benze-te, Passaroca!)

Para enriquecer o meu currículo, diversificar as minhas competências e alargar as minhas perspectivas e horizontes, iniciei um curso de formação inicial pedagógica para formadores (para obter o CAP). O curso é duas vezes por semana das 19h às 23h a uns 60 km de onde vivo. De qualquer modo, vale sempre a pena aprender coisas novas e conhecer outras pessoas.

Entretanto, fiz 37 anos. Graças a Deus não pareço ter essa idade. Pareço e sinto-me mais nova - para aí uns 30! - e se nas vésperas me sentia em baixo e sem vontade de celebrar o que quer que fosse (depressão pré-aniversário) no dia propriamente dito estava bem disposta, fui para praia com umas amigas e depois à noite tive mais pessoal amigo na minha casa a jantar e a conviver. Havia anos que não comemorava assim o meu aniversário.

Hoje, segunda-feira, estou com uma preguiça enorme e a pensar que tenho contas para pagar e o dinheiro é curto. E também penso que há 10 anos, quando terminei o meu curso, não era aqui que imaginava estar, mas sim num poleiro mais alto, com algumas coisas da minha vida resolvidas. Mas se há lição que aprendi é que não vale a pena fazer grandes planos, ter grandes sonhos e ambições. Os planos vão ao ar e os sonhos e ambições esfumam-se com eles. Aprendi a viver o dia-a-dia, a fazer planos a curto prazo, a ter sonhos alcançáveis mas sempre "cum granu salis" e a ter ambições realizáveis, mas sem perder a noção das realidades.

Mas não é por isso que deixo de rir, de sorrir, de desfrutar dos bons momentos da vida. Porque a vida, para mim, é uma colecção de momentos. Bons momentos, maus momentos, momentos assim-assim. De modo que vou rindo, vou chorando, vou encolhendo os ombros ou refilando. Tudo depende do momento!

sábado, 2 de maio de 2009